FERRY STREET palavra que gosto.
FERRY STREET?... palavra que gosto!...
(...) sigo-a à distância de dois corações
que ainda batem com a mesma
velocidade com que os pés
pisam o cimento
com um eco um som igualao que lhe tortura a memóriasem ainda saber do futuro
por ler nas linhas do comboio.
não teve tempo nem a esperança
das luzes do túnel apagadas
no regresso à realidade da pequena
cidade que a grande já fica
para trás. traz a escrita
como quem transporta um bilhete
de castigo por falhas que não são
suas nem das outras que são
as vidas incompletas olhares
paralelos enquanto viajo longe (...)
Entre um país e um paíshá palavras a voar,fazem ninho aqui e alide cada lado do mar.Quando a rua ou avenidatem nome de país, entãoé como estar à janela,a dizer olá a quem lá passa.Por grande que a mesa sejahá palavras para todosem noite de romaria;de casa em casa,bate-se à porta,abrem-se caminhos,na rua que não tem donoapaixonada por todos.Ferry é nome de rua, minha e nossa,é nome da casa das palavrasque invadem a avenida em tons de festa.
doze e oito ou doze e nove
o dia ao meio parado
caminhamos nós ao lado
é o tempo que nos move
já nem o relógio sabe
o tempo que agora marca
é tanto o tempo passado
do tempo em que o tempo dava
cobertos do pó do tempo
os ponteiros não andaram
com o sol apenas marcam
a sombra do próprio tempo
que tempo haverá para lá
das horas do tempo de hoje?
ficaremos nós para trás?
depressa que o tempo foge
falarei tantas palavras de fogo
dos muitos livros que vivemos
e então provaremos o amor as cerejas
as maçãs do rosto os sorrrisos