Tuesday, September 10, 2013

Thursday, August 1, 2013

O LIVRO



" ... são radiografias do real,
lado a lado com fotografias do imaginário. "

Wednesday, June 19, 2013

Friday, March 29, 2013

opinião

 "Rua da Palavra surpreendeu-me porque comecei a ler em jeito ligeiro mas dei por mim a ler por dentro das palavras, fiquei envolvido... e a minha mente a formar imagens através dos versos. É bom. Gosto. Leva-nos a viajar nas palavras"
                (um leitor)
 

Sunday, March 24, 2013

depois de uma leitura



"broken english"
ou a
polifonia de sonhos intactos



pode ser partida a minha fala
mantenho os sonhos intactos
(sempre ou quase exceptuando
breves momentos de dúvida e dores).
se bem que os sonhos podem ser
sonhados em qualquer linguagem
torna-se mais fácil sonhar
nas palavras que aprendi
com o leite e com os sonhos maternos

são tão universais como o coração
com o devido respeito pelas singularidades
deste e daqueles
quando escutamos nas ruas o linguarejar
e os adivinhamos nos rostos dos passantes
aí nessa rua de todos e de todos os sonhos
nessa rua que é casa também.

em casa sonhávamos e falávamos em polifonia:
na minha linguagem de berço ensinava os filhos
daí dependiam os laços com o longe e o tempo
e na linguagem deles eu aprendia as novas cores
dos sonhos. e de palavra em palavra de sonho
em sonho e nos verbos do coração
em vez de laços quebrados
tínhamos braços ligados

desde o tempo
em que os sentimentos nos ficaram
das raízes doutros tempos
e os sonhos ligaram as raízes aos frutos.

Monday, March 11, 2013

todos os dias



o homem dos bigodes
o mesmo todos os dias
e da bata semi-branca
a mesma de todos os dias
impassível aos olhares
os mesmos de todos os dias

sobe e desce no buraco
em qualquer dia
de onde renasce algo novo
em qualquer dia
uma esperança em cada ida
amanhã também é dia

é esta sina que carrego
todos os dias
nas caixas que descarrego
todos os dias
pesadas de tantos anos
e tantos dias

não há sorte que mude
um só dia!...
ou que o relógio do passeio
cada dia
acerte as minhas horas
e os meus dias

crescem-lhe os bigodes
todos os dias
e por mais que cresçam
as horas no verão
não crescem os dias
os seus dias

os que passam não escondem
as sombras dos dias
mas ele não se esconde
na noite dos dias
cara fechada que esconde
o escuro do dia

com um sorriso responde
aos bons dias
e esconde as dores
todos os dias
nas mãos da rotina
de muitos dias

são os mesmos degraus
todos os dias
é o mesmo o salário
de outros dia
quando conta os degraus
dia após dia                           

e  à noite sonha
com todos os dias
no buraco de onde sai
mais um dia
morreu mais um sonho
de mais um dia

pela manhã quando acorda
para mais um dia
que passe veloz é o desejo
oração de cada dia
e que a noite aconchegue
o corpo do dia

dia a dia que passa
é mais um dia
entre a dor e a esperança
de um novo dia
desperta! força! e avança
para mais um dia

amanhã também é! será?
será... dia
diferente no olhar distante
do dia?
um dia novo? mais um
ou um novo dia...