O vento sopra nas esquinas
dos prédios do encontro e do desencontro.
Os relógios marcam tempos diferentes. Culturas, fusos horários..
Nos cafés ("aquele cheirinho - diz ela - que me lembra a bica de lá") onde se aquecem mãos e coração
há janelas que deixam passar os rostos
e os vidros não bloqueiam os pensamentos
(para o longe) nem os olhares de cobiça
rostos embalsamados num outro tempo pessoal que já lá vai,
porque - dizia ela - o vento sopra mais forte...
o vento sopra mais forte e
mais frio nas encruzilhadas
In: FERRY STREET RUA DA PALAVRA - O livro - Arte de Fernando Silva
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