"broken english"
ou a
polifonia de sonhos
intactos
pode ser partida a minha fala
mantenho os sonhos intactos
(sempre ou quase
exceptuando
breves momentos de dúvida e
dores).
se bem que os sonhos podem
ser
sonhados em qualquer
linguagem
torna-se mais fácil sonhar
nas palavras que aprendi
com o leite e com os sonhos
maternos
são tão universais como o
coração
com o devido respeito pelas
singularidades
deste e daqueles
quando escutamos nas ruas o
linguarejar
e os adivinhamos nos
rostos dos passantes
aí nessa rua de todos e de
todos os sonhos
nessa rua que é casa
também.
em casa sonhávamos e
falávamos em polifonia:
na minha linguagem de berço
ensinava os filhos
daí dependiam os laços com
o longe e o tempo
e na linguagem deles eu
aprendia as novas cores
dos sonhos. e de palavra em
palavra de sonho
em sonho e nos
verbos do coração
em vez de laços quebrados
tínhamos braços ligados
desde o tempo
em que os sentimentos nos
ficaram
das raízes doutros tempos
e os sonhos ligaram as
raízes aos frutos.
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